sexta-feira, 26 de novembro de 2010

People always leave.


O vento batia forte no cais, agitando os cabelos dourados da garotinha que encarava, silenciosamente, o mar. O sol, tímido, tentava iluminar o céu nublado com seus raios fracos. As nuvens encobriam o céu, deixando-a com a sensação de que aquele momento se arrastaria lentamente. O mar estava tranquilo, sereno, diferentemente do coração daquela pequena menina. Seu coração e seus olhos estavam em ressaca.
Sentiu um aperto no peito. O momento crucial se aproximava. A menina ouviu passos vindo em sua direção e fechou os olhos. Era seu pai que estava prestes a partir, mais uma vez. Agora ele a abraçava e a embalava com seus braços e palavras. Um abraço demorado, um instante quase interminável. Quase. Quando se deu conta, o barco já havia partido e ela só conseguia observá-lo perdendo-se no horizonte distante.
Uma lágrima correu dos seus olhos. "Junte-se ao mar" pensou ela, jogando-a na imensidão azul. "Quem sabe assim ficaremos mais perto" completou. Imaginou, rapidamente, quantas lágrimas foram derramadas para que o mar fosse formado. E partiu, lentamente, com o vento conduzindo seus passos.

Nenhum comentário: