domingo, 24 de julho de 2011

Estranhos

Tem coisa mais triste do que um grande amigo se tornar apenas um estranho? Uma face perdida em fotos antigas, assuntos de que você ao menos se recorda em bilhetes da época de colégio ou até momentos de felicidade e de angústia que o ombro amigo esteve ao seu lado. Está tudo perdido no tempo... este, como todos, também sabe ser cruel. Do mesmo jeito que pode cicatrizar feridas que um dia chegaram a latejar em seu peito, também pode abrir um abismo entre duas pessoas que um dia compartilharam dos mesmos interesses.
O que será que aconteceu? Um amadureceu mais rápido do que o outro? Os gostos já não são mais os mesmos? A confiança foi quebrada? Seu amigo arrumou outros amigos entre os quais você não se encaixa?
Às vezes, uma dessas coisas pode ter acontecido. Em outras, todas elas.. e ainda, em alguns casos, nenhuma delas. E então vem o tempo de novo, com as suas escolhas e seus desafios (que, parecem mais difíceis ao passar da vida), fazendo com que nos afastemos de antigos afetos para nos convencer de que nascemos sozinhos e que, embora existam muitas pessoas a nossa volta, tais como nossos pais, irmãos, amigos, precisamos aprender a nos virarmos sozinhos. Infelizmente, nada na vida dura pra sempre.
E então sobram as fotos, os cartões, os bilhetes e as memórias. Quando a saudade bater, todas elas ainda estarão naquela caixinha de lembranças (sim, aquela que você tem guardada no fundo do seu armário e que ninguém sabe) para recordar os bons tempos de velhas amizades que não voltam mais. O bom das fotos e das memórias é que embora a pessoa esteja totalmente mudada no presente, no passado elas continuam iguais ao que sempre foram.