Malditos poetas.
Choram lágrimas não derramadas em suas palavras solenes.
Vivem dos sentimentos que sequer conheceram.
Buscam o desconhecido, sem saírem do lugar.
Malditos poetas
que choram minhas dores,
que amam meus amores,
que vivem a minha solidão!
Malditos poetas,
devolvam meus sentimentos,
devolvam a minha intimidade,
devolvam a minha saudade!
Malditos poetas!
Como podem vocês saberem
do que não conto para ninguém?
Voltem aqui com os meus segredos,
não os soltem aos ventos,
que é de carne e sangue que é feito
o meu coração.
Malditos poetas,
nas becos sombrios da minha solidão
encontro conforto
nas palavras escritas por suas mãos.
Malditos poetas,
compartilho a minha dor,
pois a solidão e a tristeza gostam de companhia.
Conheçam assim o sentimento,
que de tanto armamento,
deixaram de sentir.
Malditos poetas.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Bilhete
Se tu me amas, ama-me baixinho.
Não o grites de cima dos telhados.
Deixa em paz os passarinhos!
Deixa em paz a mim.
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...
Mario Quintana.
(Ainda tenho o seu bilhete, espero entregar-lhe em breve).
Não o grites de cima dos telhados.
Deixa em paz os passarinhos!
Deixa em paz a mim.
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...
Mario Quintana.
(Ainda tenho o seu bilhete, espero entregar-lhe em breve).
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Quase.
Não tenho muitos anos, mas sei que a vida é muito longa para ser vivida em apenas uma vertente e mesmo com pouca idade, já nadei e mergulhei por várias delas. A vertente do sim, a vertente do não. A do talvez, a do sempre. A do nunca. A vertente do quase.
Quase. Palavra cruel. Vertente cruel. Tudo aquilo que poderia ter sido e não foi. A dor da frustação, da decepção, da incerteza. Ter a ilusão de felicidade e num piscar de olhos, ser arrancado do sonho que se estava vivendo.
Mergulhar pela vertente do quase não é realmente viver. É estar conformado com tudo a sua volta, é não fazer diferença alguma; É somente existir.
Nem quente nem frio: Morno. Nem aberto, nem fechado: Entreaberto. Nem seco, nem molhado: Úmido. Nem amando, nem apaixonado: vazio. Nunca gostei de meio-termos. Sou extrema, gosto de extremos. Quero intensidade, quero fazer a diferença.
Enfrente as dificuldades. Viva na vertente do sim, viva na vertente do não ou até na do talvez. Só não exista na vertente de um Quase.
Quase. Palavra cruel. Vertente cruel. Tudo aquilo que poderia ter sido e não foi. A dor da frustação, da decepção, da incerteza. Ter a ilusão de felicidade e num piscar de olhos, ser arrancado do sonho que se estava vivendo.
Mergulhar pela vertente do quase não é realmente viver. É estar conformado com tudo a sua volta, é não fazer diferença alguma; É somente existir.
Nem quente nem frio: Morno. Nem aberto, nem fechado: Entreaberto. Nem seco, nem molhado: Úmido. Nem amando, nem apaixonado: vazio. Nunca gostei de meio-termos. Sou extrema, gosto de extremos. Quero intensidade, quero fazer a diferença.
Enfrente as dificuldades. Viva na vertente do sim, viva na vertente do não ou até na do talvez. Só não exista na vertente de um Quase.
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