Malditos poetas.
Choram lágrimas não derramadas em suas palavras solenes.
Vivem dos sentimentos que sequer conheceram.
Buscam o desconhecido, sem saírem do lugar.
Malditos poetas
que choram minhas dores,
que amam meus amores,
que vivem a minha solidão!
Malditos poetas,
devolvam meus sentimentos,
devolvam a minha intimidade,
devolvam a minha saudade!
Malditos poetas!
Como podem vocês saberem
do que não conto para ninguém?
Voltem aqui com os meus segredos,
não os soltem aos ventos,
que é de carne e sangue que é feito
o meu coração.
Malditos poetas,
nas becos sombrios da minha solidão
encontro conforto
nas palavras escritas por suas mãos.
Malditos poetas,
compartilho a minha dor,
pois a solidão e a tristeza gostam de companhia.
Conheçam assim o sentimento,
que de tanto armamento,
deixaram de sentir.
Malditos poetas.
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