quarta-feira, 7 de abril de 2010

Dor

O que é pior?
A dor da perda eterna, inconsolável, tendo a certeza de que você nunca mais poderá estar com alguém porque esse alguém simplesmente se foi. Se foi para um lugar em que seus olhos não podem vê-lo e seus braços não podem abraçá-lo, mas seu coração, esse sim, é o único que pode senti-lo.
Quando a saudade sufoca e cada batida do relógio passa a ser como uma apunhalada no peito, a sua única arma são as lembranças. Fotos, bilhetes, gravações, cartas, memórias. Isso é tudo que você tem para se reconfortar. Mas quem disse que isso é suficiente? Nunca é. Você queria sentir o cheiro, ouvir palavras novas, tocar nos cabelos, abraçar e nunca mais se soltar. Mas o tempo passou e com ele alguns se foram, mas você ficou.
Será que essa dor é pior do que a dor da perda pra vida? Isso é, quando você sabe que pode ver, tocar e sentir certa pessoa mas, por algum motivo, não pode fazer isso. Seja por orgulho, seja por problemas, seja pelo que sempre acontece: a vida.
Será que a dor de estar tão próximo e tão distante ao mesmo tempo é pior do que a dor da perda eterna?
O tempo passa e com ele, as feridas se cicatrizam. A marca nunca te deixará, porém, a ferida nunca mais sangrará.
Saber que o 'seu' alguém tem novidades, novos amigos, uma nova vida e saber que você não faz parte disso tudo dói e muito. As lembranças te perturbam a cada noite antes de dormir. Você não queria isso, mas sempre acontece. Saber que as palavras que outrora foram suas, agora são de outros, machuca. Estar tão perto e tão longe ao mesmo tempo é tortura, experiência de quase morte.

Agora eu te pergunto novamente: O que dói mais?

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